Olívia olhava para ele com desespero, a água do seu cabelo escorrendo pelo rosto e pingando no chão.
Naquele momento, ela estava completamente desamparada.
— Mas eu ainda carrego seu filho, Henrique. Com essa água tão fria, é perigoso para o bebê.
— Além do mais, durante todos esses anos, fui eu quem esteve ao seu lado. Será que você não sente nem um pouco de gratidão pelo passado?
Henrique quase riu de raiva, com a voz cheia de frieza:
— Gratidão? Se você não tivesse se passado pela Srta. Chita naquela época, acha mesmo que eu teria olhado para você duas vezes?
— Olívia, você destruiu a minha vida, destruiu a imagem que Bruna tinha de mim. Acha que eu vou te perdoar tão facilmente?
— O que está esperando? Façam!
Dois seguranças seguraram Olívia e a jogaram diretamente na piscina.
Olívia sabia nadar, mas a água estava tão gelada que, em pouco tempo, ela começou a tremer incontrolavelmente, o corpo inteiro convulsionando de frio.
Ela nadou até a borda com dificuldade e, assim que seus dedos tocaram a parede da piscina, Henrique levantou o pé e pisou forte sobre suas mãos.
A dor fez o rosto de Olívia empalidecer, ela gritou pedindo misericórdia, mas não aguentou a dor e caiu de volta na água.
Logo, uma mancha vermelha viva se espalhou pela água cristalina da piscina.
Henrique semicerrava os olhos perigosamente, sentindo que sua raiva, enfim, começava a dar lugar a um leve alívio.
"Bruna, você viu isso?"
"Eu já vinguei você, volte para mim."
Meia hora depois, Olívia foi levada ao hospital pelos seguranças.
Ela tentou resistir, mas Henrique já havia preparado tudo com os médicos. De qualquer jeito, naquele dia, ela teria que perder o bebê.
A anestesia logo tomou conta do seu corpo, e Olívia perdeu a consciência.
Quando acordou novamente, estava deitada numa cama fria de hospital, o ventre completamente vazio.
Olívia chorava tanto que seus olhos ficaram vermelhos, desabafava sua dor, enlouquecida, destruindo tudo o que via no quarto.
Travesseiros, copos, sapatos...
A enfermeira, vendo que não conseguia contê-la, não teve escolha senão ligar para Henrique:
— Sr. Machado, se o senhor não vier logo, o quarto será totalmente destruído.
Olívia achou que Henrique não apareceria.
Para sua surpresa, ele não demorou a entrar no quarto. Ao ver o caos e a palidez mortal de Olívia, falou friamente:
— Ainda tenho duas contas para acertar com você. Eu pensava em esperar até que você se recuperasse, mas pelo visto, sua saúde é ótima.
O tom dele era calmo, mas nos olhos de Olívia surgiu um medo intenso.
Encolhida na cama, ela olhava assustada para o homem à sua frente, sem nenhum resquício da fúria de poucos minutos atrás:
— Eu... eu ainda não me recuperei...
Henrique caminhou lentamente até a beirada da cama, levantou o queixo dela e disse em tom grave:
— Naquela festa, você não rasgou de propósito o canto da sua própria boca e depois acusou Bruna de ter colocado uma pulseira de pedras preciosas na sua boca?



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