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Um Adeus Sem Perdão (de Raquel Tavares) romance Capítulo 5

Quando Bruna acordou novamente, deparou-se com um par de olhos negros cheios de preocupação.

Henrique, ao vê-la despertar, correu para chamar o médico. Só relaxou depois de ter certeza de que ela estava bem.

Bruna, sempre atenta, percebeu que havia uma pulseira nova em seu pulso esquerdo.

Parecia ser aquela que Henrique usava há tantos anos.

O assistente, sorrindo ao lado, comentou:

— Senhora, a senhora ficou tanto tempo desacordada que o Diretor Machado, de tanta preocupação, colocou em você a pulseira que usou por mais de dez anos. Ele passou a noite rezando diante do santo, prometendo que, se a senhora acordasse bem, nunca mais comeria carne, nem fumaria ou beberia por toda a vida.

Bruna franziu a testa, tirando a pulseira do braço com certo desdém, e a devolveu para Henrique:

— Não precisa mudar seus hábitos por minha causa.

Henrique não aceitou a pulseira de volta. Ao contrário, colocou-a novamente no pulso dela, falando com delicadeza:

— Bruna, quando eu fiquei deficiente, você também não fez promessas parecidas por mim?

O coração de Bruna estremeceu.

No segundo ano após Henrique ter ficado deficiente, ela ouviu dizer que a Igreja Aurora, em Cidade Luz, era muito milagrosa e, naquela mesma noite, levou Henrique até lá para fazer um pedido.

Naquele dia, diante de Deus, ela prometeu: — Estou disposta a dar tudo de mim para que Henrique recupere a saúde.

E Henrique, ali mesmo, fez a promessa de que, em cinco anos, se casaria com ela.

Na época, ela ficou com os olhos marejados ao ver o papel do pedido escrito à mão por Henrique, e ele a abraçou, tentando consolá-la por um longo tempo.

Foram poucos os dias em que Henrique tinha olhos apenas para ela.

No fundo, só quando Olívia não estava por perto é que Henrique enxergava Bruna.

Agora que Olívia havia voltado ao país, o olhar de Henrique dificilmente voltaria a se fixar nela.

Bruna encarou o belo rosto de Henrique, que parecia esperar elogios, e baixou os olhos cheios de tristeza:

— Estou um pouco cansada.

Quando acordou novamente, já era tarde.

Bruna se levantou, querendo perguntar ao médico quando poderia ter alta.

Antes mesmo de abrir a porta, ouviu, do corredor, as vozes de Henrique e Natália conversando.

— Quando você pretende marcar o casamento com a Bruna?— Perguntou Natália, com certa curiosidade.

Henrique baixou o olhar, respondendo com frieza:

— Já conversei com ela sobre isso. Pretendo fazer o casamento no final do mês.

Natália assentiu, advertindo:

— Essa festa tem que ser grandiosa. Prepare um dote generoso, Bruna doou medula para sua amiga de infância, não podemos deixar a desejar nesse aspecto.

De repente, Natália mudou de assunto:

— Que coincidência, você vai se casar este mês e ouvi dizer que nossa família rival, os Viveiros, também terão um casamento em breve. E, veja só, a noiva também se chama Bruna...

Ao ouvir isso, Bruna apressou-se em abrir a porta.

Tossiu levemente, e os dois imediatamente pararam de conversar.

Naquela noite, o médico anunciou que ela poderia ir para casa.

Capítulo 5 1

Capítulo 5 2

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